sábado, 6 de junho de 2009

Fechando as Cortinas

O blog Cenários do Turismo teve como objetivo retratar as diversas faces do turismo. Levar aos viajantes um pouco das múltiplas maravilhas do mundo e do Brasil revelando os vários cenários que a atividade turística encena. Tentou-se também, buscar reportagens que revelassem a relação íntima entre o turismo, a cultura e a comunicação, uma vez que o blog foi uma atividade desempenhada para a disciplina Comunicação e Cultura do curso de Turismo da Universidade Federal de Minas Gerais. A todos que visitaram o blog, o nosso muito obrigado e esperamos que todos tenham se divertido e se encantado.


Administradores
Bárbara, Carina, Janille e Milton

Turismo de Encher os Olhos

Um mergulho na magia do Cipó




Clarissa Carvalhães


Caminhos e Paisagens de tirar o fôlego

As atrações são tantas que um final de semana é pouco para conhecer a Serra do Cipó. São pouco mais de 7 horas e o sol já deixa claro que muitas belezas da Serra do Cipó ainda não foram desvendadas. Na região de Santana do Riacho são mais de 30 cachoeiras, so nã Serra estão dez delas.

O primeiro passo, portanto, é escolher bem quais atrações voc~e vai querer visitar. Existem as de difícil e as de fácil acesso, todas igualmente lindas, mas com paisagens completamente diferentes. Na Cachoeira da Farofa a caminhada é tranquila. São 14 quilômetros (ida e volta) para se chegar até a queda d'água. Durante todo o percurso é possível encontar espécies típicas da fauna e flora da região. E embora a caminhada não seja exaustiva e o sal não "castigue" como no verão, não deixe de levar a boa e velha garrafinha d´água e o indispensável protetor solar.

Outra atração (imperdível) e que fica ao lado da Serra do Cipó é a Lapinha. Com povoado simples e acolhedor a região tem uma paisagem de tirar o fôlego - em todos os sentidos. Deslumbrante e ofegante. A primeira vista, parece fácil subir o Pico do Breu e todas aquelas "pedrinhas". Mas para os aventureiros de primeira viagem é preciso não ter medo de altura, manter o equilíbrio e acreditar que a vista lá de cima vale a pena. Mas em todo o caminho se avista paisagens tão preciosas, que por mais alto que seja o pico, a cada parada se vê algo diferente. Águas com tonalidades alaranjadas e azuis, pequenas árvores que parecem centenárias e areias tão brancas qua mais parecem neve. Depois de tanto sobe e desce, o bom mesmo é correr para a centenária Venda do Zeca para comer um bolinho de feijão com pimenta e perceber que ali mora um pedaço de Minas - que morreu em outros lugares há muito tempo. Ne Venda do falecido Zeca, que hoje é mantida por seus filhos, se encontra de tudo: de cueca à cantor sertanejo que entoa qualquer canção para vender galinha. Tem anil, filme para máquina e até correntes que esquecem qualquer competição para tomar cerveja.



Thiago Braga

No caminho da Lapinha, próximo à Cachoeira Paraíso, a surpreendente paisagem de areia branca no meio da mata

Thiago BragaPara os que tem fôlego, uma das vistas do Pico do Breu

Thiago BragaMarcos Nogueira, um dos herdeiros do Zeca, mantém a originalidade da venda centenária

Fonte: Jornal HOJE EM DIA, caderno de TURISMO de 04/06/2009

Monte Verde: o Turismo rodeado pela Serra da Mantiqueira

O discreto charme da "Suíça Mineira"


A vila, rodeada pela Serra da Mantiqueira, é o cenário ideal para quem quiser aproveitar as baixas temperaturas e se aquecer em uma caminhada matinal pelas trilhas da região, andar de quadriciclo, saborear um fondue, tomar um chocolate quente, degustar um prato a base de truta, descansar ou namorar ao pé da lareira.

Distrito da cidade mineira de Camamducaia, Monte Verde caracteriza-se pela combinação de um clima frio e romântico com preservação ecológica e esportes de aventura. Bastante procurada principalmente no Inverno, quando as temperaturas ficam em torno do 5°C, Monte Verde conta com uma excelente infra-estrutura hoteleira - cerca de 150 hotéis e pousadas - restaurantes que servem desde a mais tradiconal cozinha mineira até pratos da culinária contemporânea e típicos do Inverno, um centro comercial movimentado, atividades como caminhadas, rappel, arborismo, rafting, motocross, cavalgadas e uma pista de patinação ecológica. Cercada pelas montanhas da Serra da Mantiqueira, a estância fica a mais de 1.500 metros de altitude.

Romântica por natureza. Não é exagero de guia turístico: realmente parece um pedacinho da Europa encravado no Sul de Minas. Mas é uma "Europa" mais discreta, mais simples, sem aquela sofisticação da paulista Campos do Jordão - que por sinal, está ali perto - e, nem da gauchá Gramado, menos acessível por conta da distância.

Casas em estilo alpino, restaurantes servindo fondue, massas e vinhos, charmosos cafés, montanhas ao redor e muito frio à noite. Monte Verde encanta justamente por parecer estar sempre no Inverno.

Para quem gosta de boa comida, Monte Verde é um prato cheio!!! Cozinha mineira, alemã, criação de trutas, doces e chocolates maravilhosos.


Divulgação/ Turismo de Monte Verde e Paulo Leonardo
Paisagem sem igual: a pequena Monte Verde, Distrito de Camanducaia, é também conhecida como a "Suiça mineira" por causa do clima e de sua arquitetura que lembra a região européia

Gustavo Arrais

Os cafés de Monte Verde ficam bastante animados com a queda da temperatura

DivulgaçãoLadeado por hortênsias, o Caminho das Bruxas parece encantado com as cores que ostenta

Fonte: Jornal HOJE EM DIA, caderno de TURISMO de 04/06/2009

domingo, 31 de maio de 2009

O Turismo Gastronômico mineiro é um prato cheio

Boa mesa alimenta turismo em Minas


Augusto Franco

Um cardápio amplo, que vai da tradicional carne de sol com mandioca e torresmo a pratos elaborados, como o filé com froie gras - patê de fígado de ganso, uma das mais famosas iguarias francesas - acompanhado de flor de sal e redução de vinho do porto. Para beber, cachaça, vinho e cerveja - nacional e importada; industrializada ou artesanal. Não se trata de um menu elaborado por um restaurante eclético - ou sem foco nos negócios - mas por vários estabelecimentos em todo o Estado, que descobriram nos festivais gastronômicos uma boa alternativa para fomentar o turismo em Minas.

Festivais divulgam ingredientes

Não bastasse o movimento econômico, os festivais estado afora também são importantes para divulgar pelo Brasil ingredientes e modos depreparo típicos das Minas Gerais, como a couve refogada, taioba, torresmo e o frango com ora-pro-nobis.

Os produtos estão presentes, por exemplo, no cardápio dos 41 bares participantes da atual edição do Comida di Buteco, onde todos os estabelecimentos foram obrigados a incluírem em seus preparos a couve, taioba ou mostarda.

"Esta é uma forma de estimular a criatividade dos proprietários e dos cozinheiros, mas também de difundir entre o público de fora e de dentro do Estado e até de Belo Horizonte o consumo de ingredientes da culinária mineira de raiz", defende Eulália Araújo, sócia-criadora do Festival. "Quem prova não se arrepende", garante.
Este fato ocorre também nos seguintes eventos: Festival de Ora-Pró-nobis em Pompéu, distrito de Sabará, na região Metropolitana de Belo Horizonte. E no Cachaça Gourmet - Festival Gastronômico da Cachaça em Belo Horizonte.

Otos Wallace_MacferlanyPratos do Brasil Sabor apresentados no festival deste ano

El Cingle/ DivulgaçãoFilé com Froie Gras, criação da chef catalã Montse Struch




Luis Costa

O Comida di Buteco já virou referência no turismo de BH

Fonte: Jornal HOJE EM DIA, caderno de TURISMO de quinta-feira 21/05/2009

sábado, 30 de maio de 2009

Turismo Religioso em Paraty

Paraty une tradição e agito na festa do Divino



A festa do Divino Espírito Santo remonta à rainha de Portugal, d. Isabel (1271-1336), casada como rei d. Diniz. Ela decidiu celebrar o Espírito Santo com a coroação simbólica de um imperador e dois reis.

No Brasil, o primeiro registro de festas do Divino remetem ao século 18. Atualmente mais restrita a centros rurais as celebrações em torno do Divino já foram populares em grandes centros urbanos.

Hoje, as festas mesclam aspectos tradicionais - a procissão com as bandeiras, a presença símbolo do Espírito Santo (o pombo), e a distribuição de alimentos - com atrações modernas, como shows musicais e de Djs e programações esportivas e de lazer.



Emílio Damiani



Marcelo Sayao-6.abr.2009/EFe
O centro histórico da cidade, onde carros não podem circular, exibe arquitetura colonial

Rieger Bertrand-29.out/ France Presse

Vista de embarcações no porto de Praty, com a igreja de Santa Rita aparecendo ao fundo

Fonte: Jornal FOLHA DE SÃO PAULO, caderno de TURISMO de quinta-feira 21/05/2009

Mercado Central de Belo Horizonte: As cores do Turismo

Cartela de TONS!!!


Alfredo Durães



A história desse oitentão remonta ao dia 7 de setembro de 1929, quando a antiga Feira de Amostras (que funcionava onde é atualmente a rodoviária) foi tranferida para o lugar que está hoje o mercado. O Central era gerido pela prefeitura de Belo Horizonte, condição que perdurou até 1964, como conta o Luíz Carlos Braga, atual superintendente. "Neste ano, foi feito um processo de privatização, que na época se chamava hasta pública, para passar o espaço para a iniciativa privada. Os comerciantes se uniram e compraram o mercado. Em 1971 ele ganhou telhado e os muros" explica o superintendente. Hoje o mercado, com 400 lojas, recebe uma média de 30 mil visitantes em dias de semana, 56 mil aos sábados e 18 mil aos domingos. Pessoas de todas as classes socias, que vão em busca de mercadorias, lazer ou simplesmente aquele ócio gostoso que uma generosa porção de fígado com jiló proporciona.

Autoria das Fotos: Beto Novaes/ EM/ D.A.Press


Boneca de Palha: artesanato sortido a preços bons - alegria de turistas


Pau em Feixe: canela á granel perfuma o ar com cheiro típico


Tempero da Vida: Empório de especiarias e produtos naturias



Olhares Atentos: Agopornis africanos são vendidos a R$100, o casal


Flor da Idade: Lana Lays Desmots e a irmã Laira sentem o aroma

Pecado da Fruta: Tem pitaia e mangostim na banca do Patureba

Tropeiro à vista: Marmitex a R$4,50 e uma gelada no Bar do Zé Maria

Fonte: Jornal ESTADO DE MINAS, caderno de TURISMO de terça - feira 19/05/2009

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Índia

Viajar para a Índia é um marco na vida da gente, assim começa toda história de quem visitou a Índia.É um lugar com grandes contrastes, onde beleza e pobreza convivem numa sociedade tão peculiar que é impossível a comparação com o mundo ocidental. Por isso a Índia é tão mágica e desperta tantos encantos e fascinação aos que escolhem este país como destino.Para compreender melhor todo o contexto da vida dos indianos é necessário conhecer sua história, sua geografia, arte e como a religião e a política tem atingido fortemente a vida de seus habitantes.

Com uma população absoluta superior a 1 bilhão de habitantes, a Índia é o segundo país mais populoso do mundo. É também bem povoado, pois apresenta uma população relativa de 250 hab/km2. Sua distribuição demográfica, no entanto, é irregular e seu rápido crescimento demográfico tem acentuado essa irregularidade.Em função do tipo de agricultura milenarmente praticado (hoje, quase 70% da população ativa está no campo), as maiores concentrações estão nas regiões de maior pluviosidade. As áreas mais vazias estão ao norte, devido as grandes altitudes, e a oeste, devido ao clima árido.
Embora as taxas de natalidade da população indiana venham caindo - graças às intensas campanhas de controle de natalidade - o crescimento vegetativo é positivo, situando-se em torno de 2% , pois as taxas de mortalidade têm se reduzido com maior regularidade. Assim, embora a população urbana seja pequena (menos de 30% do total), concentra-se fortemente, formando diversas cidades com mais de 1 milhão de habitantes. O PNB per capita da população indiana é de apenas 300 dólares, situação agravada pela sua má distribuição. Como reflexo disso, o analfabetismo atinge 64% da população e a expectativa de vida situa-se em apenas 55 anos.Outra característica da Índia é seu problema linguístico. A língua mais falada é o hindu, usada por 37% da população, mas há ainda 16 outras línguas oficiais, além de cerca de 1.630 dialetos em uso.

As Castas As primeiras referências históricas sobre a existência de castas se encontram em um livro sagrado hindu, chamado Manu, possivelmente escrito entre 600 e 250 a.C. Define-se casta como um grupo social hereditário, no qual a condição do indivíduo passa de pai para filho, endógamo, pois ele só pode casar-se com pessoas de seu próprio grupo. Estão predeterminados também sua profissão, hábitos alimentares, vestuário, etc., levando à formação de uma sociedade estática.

Originalmente, as castas eram apenas quatro: os brâmanes (religiosos e nobres), os xatrias (guerreiros), os vaixias (camponeses e comerciantes) e os sudras (escravos). À margem dessa estrutura social havia os párias, sem casta ou intocáveis, hoje chamados de haridchans ou haryans. Com o passar do tempo, tem havido centenas de subdivisões, que não param de se multiplicar.

Desde sempre, os párias são condenados aos trabalhos mais degradantes e mal pagos, apesar da luta de Gandhi, após a independência, e de inúmeras leis criadas na tentativa de eliminar ou amenizar os problemas que o sistema de castas acarreta. Todavia, essas leis revelam-se impotentes diante da tradição, e o sistema subsiste. O sistema de castas é a base do hinduísmo. A religião se torna, então, um poderoso elemento social disciplinador e apaziguador: virtude e resignação são as palavras-chave na postura moral do indivíduo. O hinduísmo é considerado a religião mais antiga do mundo. Não tem uma organização estrutural (igreja, padres, etc.) nem um livro sagrado, como a Bíblia do cristianismo ou o Corão do islamismo, sendo praticado de formas diferentes em regiões distintas. Caracteriza-se pelo politeísmo - são adorados mais de 240.000 deuses - mas as principais divindades são Brama (espírito da criação, ser inalcançável), Siva e Vishnu, formando uma trindade em torno da qual se agrupam os outros deuses.Os seguidores do hinduísmo crêem na imortalidade da alma, no ciclo reencarnatório, que visa a libertação dela, e na fusão final com Deus, através da purificação, do culto e da prática religiosa. Segundo o Karma de cada indivíduo (o caminho rumo à perfeição), o homem tem muitas vidas, e seus sofrimentos correspondem aos obstáculos desse caminho.

Ascetismo e disciplina e a prática da ioga são meios de purificar o corpo, na busca da pureza da alma. Devem ser seguidas também normas ligadas à alimentação, celebrações, peregrinações,etc.

A Região apresenta um relevo muito simples, composto por três divisões fundamentais. Ao norte encontra-se a Cordilheira do Himalaia ("país das neves", em sânscrito), que reúne cerca de 40 montanhas com mais de 7.500 m de altitude; por isso, é conhecida como o "teto do mundo".Entre essas montanhas, destaca-se o Everest, situado entre o Nepal e a China, ponto culminante do globo, com 8.882 m.Aos pés do Himalaia estende-se a planície Indo-gangética, de formação sedimentar aluvional recente, com solos férteis. Mais ao sul, ocupando metade da Índia, localiza-se o planalto do Decã, de formação antiga e cristalina, responsável por fartos recursos minerais, como ferro e manganês. Na parte ocidental, esse planalto tem escarpas mais elevadas, chamadas de Gates, onde nascem vários rios que correm para o Oriente (Godavari e Krishna, por exemplo).
Mesmo para quem já foi quatro vezes. Quando começo a mostrar as fotos e falar dos lugares sempre sinto uma pequena frustração pois não consigo transmitir o que é essencial nessa viagem. O que conta não é a mala cheia de presentes, roupas e artigos que custam tão barato lá, nem os dez rolos de filmes que usamos para registrar os lugares onde passamos. O que conta de verdade são as coisas que vivenciamos nesse país, são os limites interiores com os quais somos obrigados a nos confrontar e a invariável comparação que fazemos entre o modo de vida deles e o nosso.
Sempre digo às pessoas que viajam comigo para tentarem olhar a cultura indiana com olhos isentos dos conceitos da nossa própria cultura. Essa é a forma ideal de se abordar e compreender outros povos. Claro que não é fácil, mas a gente tenta. Todos reconhecem que o padrão de vida na Índia e Nepal está muito aquém do nosso. Quase ninguém tem geladeira, video-cassete ou chuveiro elétrico em casa e poucos deles almejam esses itens essenciais para nós. Aliás, eles não desejam muito além da comida de todo dia e um espaço qualquer onde se possa dormir. É aí que começo a questionar a nossa vida estressada e cheia de ansiedade onde queremos ter carro do ano, uma casa maior, apartamento na praia, casa no campo, TV a cabo, computador, Internet, etc. Acho justo ter tudo isso, mas será que vale a pena gastar todo nosso tempo e nossa vida lutando para conseguir essas coisa e, depois, para mantê-las?
O trânsito é uma loucura. Andar pela Paulista as seis da tarde é uma maravilha comparado com a quantidade de veículos e o movimento caótico dos mesmos pelas ruas das grandes cidades indianas. Mas raramente se vê um motorista reclamando, brigando ou xingando. Eles continuam dirigindo calmamente em meio àquela balburdia.

Nas lojas, todo mundo quer vender e temos que barganhar muito para comprar por um preço justo. Sempre achei que os vendedores indianos são os mais ávidos do mundo. Esse ano passei por uma experiência que me fez repensar esse conceito. Estava barganhando com um jovem vendedor até que ele chegou num preço de apenas vinte rúpias (o dinheiro indiano) a mais do que eu queria pagar. Aceitei, contei as notas que tinha no bolso e dei a ele. Meio de brincadeira, mostrei as duas notas amassadas que haviam sobrado e disse-lhe que elas não eram o suficiente para pagar o jantar. O rosto dele ficou pálido e imediatamente ele me devolveu as vinte rúpias. Eu fiquei sem-graça e disse que era brincadeira mas ele insistiu para que eu ficasse com o dinheiro. Só depois de garantir à ele que eu tinha mais dinheiro no hotel e que não ficaria sem jantar é que ele aceitou de volta as vinte rúpias. Dinheiro é só dinheiro, mesmo para um vendedor. O meu jantar era mais importante para ele do que o seu próprio lucro.
Mesmo caminhar pelas ruas pode ser uma experiência única. Ao olhar pessoas tão diferentes de mim, fico imaginando como elas vivem, o que pensam, como são na intimidade de suas casas e chego à conclusão de que, apesar das diferenças da superfície, no fundo somos todos muito semelhantes e estamos sempre aprendendo uns com os outros. Essa percepção me curou do complexo de inferioridade que, como bom brasileiro, sempre senti diante dos europeus ou americanos. Gente é sempre gente, não importa a roupa que vestem ou a língua que falem.
Como explicar o que se sente ao meditar silenciosamente às margens do sagrado rio Ganges? Ou descansar debaixo de uma árvore no parque onde Buddha fez seu primeiro sermão? Voar de balão rodeado pelos picos nevados dos Himalaias é uma sensação indescritível. A gente se sente dono do mundo, com total liberdade para ir onde quiser e ser apenas aquilo que somos. É como se todas as mesquinharias da nossa vida cotidiana se dissolvessem diante da grandiosidade daquelas montanhas. Nada mais resta além do silêncio e da certeza de ser uma pessoa abençoada pelos deuses e privilegiada por poder experimentar isso tudo. E, quietinho dentro do balão, enquanto uma lágrima rola disfarçadamente pelo rosto, a gente agradece ao Grande Mistério por tanta beleza e por essa maravilhosa dádiva que é a vida.
Fonte: Revista Turismo - dicas de viagem
Reportagem: Yoko Nakamura

sábado, 16 de maio de 2009

São Paulo rodeada pelo Turismo de Natureza

Área verde convida a caminhada em trilha de cachoeiras


A cidade de São Paulo dá acesso a uma das maiores florestas urbanas nativas do mundo: o parque estadual da Cantareira. Acessível de ônibus a partir da estação Tucuruvi do Metrô, a área é uma amostra da vegetação que um dia já tomou conta da cidade.




Em todo o núcleo Engordador, composto por três trilhas - incluindo a da Cachoeira.

É bom estar preparado para caminhar. A trilha da Cachoeira é classificada pelo governo de SP como de dificuldade média. A trilha é razoavelmente aberta e com boa manutenção; nada de mata fechada. Apenas em alguns trechos posteriores o caminho é mais estreito, seguindo ao longo de riachos ou sobre pequenas colinas.

É recomendável ir o mais cedo possível para evitar excesso de sol ou da chuva que não raramente ocorre à tarde.


Rafael Hupsel/ Folha Imagem
A casa das Bombas, uma das paradas da trilha da Cachoeira, guarda o maquinário que bombeava água da represa para a cidade



Para se previnir, embrulhe os objetos que não podem ser molhados em sacos plásticos e leve capa de chuva. Não se esqueça do filtro solar.


Segurança

Segundo a administração do parque, nos útimos dez anos não foram relatados confusões ou problemas graves ali. Segundo a 3ª Companhia de 43º batalhão da PM, dificilmente há ocorrências de furtos e roubos no local. Mesmo assim, valem as dicas de sempre avisar amigos e parentes quando sair para áreas afastadas e evitar regiões de mata não sinalizadas.

Nome da serra vem de cântaro, objeto para carregar água

O nome Cantareira vem de "cântaro", objeto para carregar água usado pelos antigos tropeiros que conduziam gado e cavalos na época do Brasil colonial. Como havia muitas nascentes e córregos na região, o nome foi dado por comparação a um local em que se pode guardar muita água, como uma prateleira guardadora de cântaros, uma "cantareira".

Rafael Hupsel/ Folha Imagem

Visitantes nos arredores da casa das Bombas, no núcleo Engordador, que tem três trilhas


A trilha da Cachoeira, fazendo jus ao nome, tem três pequenas cachoeiras, além de alguns riachos. A entrada é permitida. Por isso, para aproveitar ao máximo o passeio, leve roupa de banho, toalha e chinelos.

Quem gosta de mais sossego deve ir à cachoeira do Engordador, mais vazia.

Rafael Hupsel/ Folha Imagem


Visitantes se refrescam em uma das cachoeiras da Cantareira

Fonte: Jornal FOLHA DE SÃO PAULO, caderno de TURISMO de quinta-feira 16/04/2009

Rio: lugar de Turismo Cosmopolita

As cores do outono no Rio de Janeiro: da capital a Búzios e Petrópolis, nosso Estado vizinho é pródigo em atrações



O calor, claro, continua lá, mas de uma forma mais amena. Dá para aproveitar bem a praia, mas sem aquela impressão de que nem o mais poderoso ar-condicionado dá jeito na sensação de que se está derretendo. O outono é uma das melhores estações para se visitar a cidade do Rio de Janeiro. Não apenas a capital: todo o Estado do Rio fica bastante agradável nesse período. São tantas opções de passeios que não é fácil definir aonde ir. Pode ser á Cidade Maravilhosa; ou então a Petrópolis, a cidade da família imperial; ou então a Búzios, a "Pérola do Atlântico".

Na sua viagem à cidade do Rio, você certamente irá encontrar muitos estrangeiros. A razão: já se sabe, no exterior, que, nesta época, o sol brilha bastante no Rio, mas o calor não é tão intenso. Além disso, trata-se de uma época em que se encontram mais vagas em hotéis, que oferecem tarifas mais convidadtivas. Sem falar que praticamente não chove no outono - garantia de passeios ao ar livre, como às tradicionais atrações cariocas: o Pão de Açúcar, Corcovado, Gávea, as praias...

O bairro de Santa Tereza tem como uma de suas principais atrações o tradicional bonde amarelinho, que sai do centro da cidade, passa sob os centenários Arcos da Lapa e segue a rota do tempo no sobe-e-desce das ladeiras do boêmio e charmoso bairro de Santa Teresa. O valor pa passagem? Apenas R$1.

Patricia Cassese/ Arquivo HD
O acesso ao Cristo Redentor pode ser feito em escadas rolantes
Quer algo mais sofisticado? Ipanema é o endereço certo. Aquela Ipanema, da célebre canção de Vinícius, da garota que virava cabeças e mentes, ainda existe, com suas musas malhadas e patricinhas descoladas. Mas o bairro também é reduto da sofisticação, dos bons restaurantes, dos bons bares e da ótima vida noturna.
Durante o dia, praia, compras, caminhadas pelo calçadão, almoço e lanche leves nos bares e botequins. À noite, quase a mesma coisa, com exceção da comida: o carioca adora fazer sua caminhada ou sua corrida à noite, pela orla, parando ao final para uma providencial água de coco. Os ciclistas têm seu espaço, mas atenção às regras da ciclovia, para não ser atropelado ou derrubar alguém.
Passando o Forte de Copacabana, você chega ao bairro de mesmo nome, que já foi o mais famoso da cidade e hoje, embora não tenha a mesma exuberância dos anos 50 e 60, continua sendo uma referência quando o assunto é hotelaria, gastronomia e paisagens. A Avenida Atlântica, com seus 4,15 quilômetros de extensão, tem a mundialmente famosa calçada em pedras portuguesas brancas e pretas, formando um mosaico que, quando visto do alto, é único no mundo.
Erick Barros Pinto/ RC&V

Não há como negar: o Rio é mesmo maravilhoso. Uma paisagem deslumbrante emoldura uma cidade cosmopolita, com muitas opções de lazer e de cultura

Petrópolis e Búzios: por Serra e Mar

Fora do Rio, há muitas opções de destinos para o turista. Petinho da capital, na serra, tem o trio Petrópolis, Itaipava e Teresópolis, com seu clima frio (e faz frio mesmo, apesar de toda a proximidade da cidade do Rio).

Clima ameno, belíssimas paisagens naturais e ótima gastronomia - são as características comuns a essas três cidades, que contam também com algumas das pousadas e hotéis mais charmosos do país.

Prefeitura de Petrópolis

Palácio de Cristal (de 1884), em Petrópolis: relíquia do império



Agora vamos para Búzios, no litoral norte fluminense, na chamada Região dos Lagos. é um dos mais charmosos recantos do país, com excepcionais restaurantes, muitas lojas, vida noturna divertida e praias paradisíacas.

Prefeitura de Búzios

Com um litoral entrecortado, cheio de pequenos tesouros escondidos, Búzios é encantadora, tanto no verão quanto na estação fria


Pérola Búzios Design Hotel/ Divulgação

Búzios tem pousadas e hotéis bem sofisticados, como a Pérola

Fonte: Jornal HOJE EM DIA, caderno de TURISMO de quinta-feira 16/04/2009



domingo, 10 de maio de 2009

Turismo Religioso

Caminhadas pela : forte devoção move participantes de roteiros a pé feitos em cidades mineiras e capixabas.


Ipoema, a 85 quilômetros de Belo Horizonte, é um pequeno distrito de Itabira que cultiva grandes tradições e, como a maioria das cidades do interior, tem uma grande religiosidade. Participantes da Festa de Santa Cruz, fazem uma caminhada de 14 quilômetros, da Igreja Nossa Senhora da Conceição e chegando à localidade de Morro Redondo, onde fica a Capela do Senhoro do Bonfim. No dia anterior, moradores e visitantes fazem oficinas de cruzes no Museu do Tropeiro e nas pousadas da cidade.

Durante o percurso, os caminhantes carregam um cajado com uma cruz pendurada.[...] Antes da caminhada, os cajados e as cruzes são abençoados. Para Eleni Cássia Vieira, diretora do Museu do Tropeiro "levar as cruzes não significa fortalecer o sofrimento, mas aproveitar o momento para a libertação dos males e conflitos que porventura nos aflingem. A idéia é de renovação, da busca do homem novo."

Nhá Chica e Anchieta

Outra peregrinação, um dos maiores eventos religiosos da região, acontece no Circuito das Águas mineiro, [...], envolvento quatro municípios. A Peregrinação de Nhá Chica sai de São Lourenço e percorre 33 quilômetros de vales e montanhas, atravessando pela Estrada Real as zonas rurais de São Lourenço, Soledade, Caxambu e Baependi, até o santuário de Nossa Senhora da Conceição, onde está enterrada Nhá Chica.

Quem é adepto de caminhadas religiosas deve anotar também os Passos de Anchieta. O roteiro revive a trilha histórica delineada pelo beato José de Anchieta durante os 10 últimos anos de sua vida. A cominhada margeia o litoral capixaba seguindo de Vitória (ES) até Anchieta (es), em um percurso de 100 quilômetros.

Roneijober Andrade/ Divulgação

Capela de Nosso Senhor do Bonfim, em Morro Redondo (MG), é o ponto final da peregrinação
Fonte: Jornal ESTADO DE MINAS, caderno de TURISMO de terça-feira, 28/04/2009

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Turismo Cultural num Patrimônio da Humanidade

Tombada pela UNESCO, Cartagena de Índias é solar!!

Maurício Moraes

Na Colômbia, as estações do ano não são medidas em meses do ano, mas em metros de altitude. Cortado pela linha do Equador, o país vê pouca variação na temperatura das cidades.

Bogotá, a 2.640 m, vive num clima mais frio. Medellín, no meio da montanha, uma primavera sem fim. Verão é privilégio de Cartagena de Índias, no litoral norte do país. Além de sol, a cidade, voltada para o Caribe, tem arquitetura colonial de grandes proporções e inúmeras histórias para contar.

Cartagena são duas: a moderna, com prédios, hotéis e lojas que se encontram em qualquer parte do mundo, e a antiga, que só se encontra na Colômbia.

Tombada em 1984 pela UNESCO, é recortada por uma baía, da cor do mar do Caribe. Mas, de uma das partes da muralha (que possui 13 Km e cerca a Cidade Velha), percebe-se que Cartagena é ocre, apesar da profusão das cores das suas inúmeras fachadas.

A cidade foi fundada em 1533 e se tornou o principal porto do império espanhol nas Américas. O lugar também foi um importante entreposto do comércio de escravos. A opulência do passado e a herança africana são bastantes visíveis na cidade.

Folha Imagem

Casas coloridas em Cartagena, cidade do Caribe colombiano fundada em 1533 que foi importante porto do império espanhol



História Presente

O casario, com os tradicionais balcões de madeira, típicos da arquitetura hispânica, estão por todap arte, assim como as mulheres que vendem frutas.

Em Cartagena, as ruas são estreitas e tortuosas. Um ótimo pretexto para se perder (e logo se encontrar, já que a cidade histórica é pequena). O ponto mais agradável é o parque Bolívar, uma pequena praça arborizada, com quatro fontes d´agua ao estilo mourisco e a estátua do libertador americano.


Silvio Cioffi/ Folha ImagemDetalhe de rua, toda colorida pelas fachadas das casas típicas



Azul da cor do mar


Embora o mar azul seja parte inerente da paisagem de Cartagena, e o calor brutal, um convite constante para entrar na água, o forte da cidade balneária não são as suas praias. Dá para se arriscar no bairro deBocagrande, mas o cenário paradisíaco do Caribe está preservado em ilhas próximas dali.

Silvio Cioffi/ Folha Imagem

Prédio de esquina na cidade que é cartão-postal da Colômbia

Fonte: Jornal FOLHA DE SÃO PAULO, caderno de TURISMO de quinta-feira, 07/05/2009.










Turismo de Aventura em Paisagens Surreais

Deserto do Atacama: um cenário de outro mundo!
Como afirma a bem sucedida campanha publicitária do Órgão do Turismo Chileno, o Chile é um país de grandes contrastes. Lá, é possível encontrar de tudo um pouco: das montanhas nevadas e dos glaciares da Patagônia a balneários como Valparaíso. E tem até deserto, o Atacama. Trata-se do deserto mais árido de todo o planeta, com paisagens de tirar o fôlego. São vulcões, oásis, lagunas e uma fauna que seduzem qualquer viajante com um preparo físico razoável - o ar é rarefeito e as alterações de temperatura (muito calor durante o dia, e bastante frio à noite) dificultam passeios mais prolongados.

Sebastián Sepúlveda Vidal/ Tierra Atacama

O Salar de Tara, um dos lugares mais visitados do Atacama, é também programa de excursão de hotéis como o Tierra Atacama



[...] Tudo bem, temos o Jalapão, temos os lençõis Maranhenses, pródigos em imagens incrivéis. Mas o Atacama é diferente. Como em um sonho de Kurosawa, você pode passar de um cenário de rochas e areia para uma lagoa paradisíaca; pode ir do calor de 40 graus centígrados para um frio por vezes abaixo de zero. O ar rarefeito e as grandes distâncias também contribuem para fazer de uma viagem ao deserto do Atacama uma jornada sem par no mundo.


Glaúcio Castro

Os Gêiseres del Tatio: a água sai quase fervendo vinda do centro da Terra. Paisagens surreais.



Sítios Arqueológicos valiosos


Impressionantes sítios arqueológicos próximo a San Pedro de Atacama são opções imperdíveis para quem vive "com um pé no passado". Administrada por uma comunidade indígena local, Pukara fica distante apenas três quilômetros do centro da pequena San Pedro de Atacama. Da gigantesca fortaleza erguida no século XII, localizada estrategicamente em uma encosta, a antiga fortaleza foi praticamemte dizimada pelos espanhóis durante a ocupação ocorrida em 1540.


Patrimônio cultural da humanidade, o antigo povoado de Tulor é outro ponto interessante a ser "descoberto". Construído a cerda de 3 mil anos, o lugar foi completamente encoberto pelas areias do deserto. Restam, hoje as ruínas circulares, que dão a noção exata do modo de vida daquela população primitiva.

Glaúcio Castro

À noite, faz muito frio no deserto. De manhã cedo, costuma-se ver cenas assim: um rio congelado

Fonte: Jornal HOJE EM DIA de quinta-feira, 30/04/2009.



Turismo Gastronômico

Um alambique de dois séculos e um simples pudim de leite


Pertinho de Tiradentes (MG) há uma cidade chamada Coronel Xavier Chaves. O tal do Coronel Xavier Chaves era bisneto da irmã de Tiradentes, Antônia Rita da Encarnação Xavier. Na pequena cidade, que fica a cerca de 20 quilômetros de Tiradentes, está o mais antigo engenho de cachaça em atividade no país, o Engenho Boa Vista, que produz a cristalina Século XVIII, de propriedade de Rubens Chaves (na foto, na frente da roda d'água do seu alambique), por sua vez bisneto do coronel.


O engenho foi construído em 1755 e, desde então, nunca parou de produzir cachaça artesanal de boa qualidade. Diz a História que o alambique funcionava na fazenda do irmão caçula de Tiradentes, padre Domingos da Silva Xavier. Há pouco mais de 20 anos, Rubens Chaves se aposentou e decidiu trocar Belo Horizonte pela região onde nasceu, comprando de um primo o engenho histórico. Resolveu, então, dar continuidade ao negócio da produção de cachaça, no qual a família está envolvida há sete gerações.


"Eu não tenho uma destilaria, tenho um museu que funciona como destilaria", afirma Rubens. E faz questão de dizer, ainda, que a sua cachaça não é envelhecida em barris de madeira. "Minha cachaça é cristalina, não tem vergonha de ser cachaça". O envelhecimento se dá nas próprias garrafas, e o visitante pode comprar cachaças engarrafadas há 20 anos. As visitas devem ser marcadas com o próprio Rubens, que costuma fazer uma degustação aos sábados, das 10h às 12h. Importante registrar que, para a produção dos 20 mil litros anuais da Século XVIII, Rubens usa cana orgânica da própria fazenda. A Século XVIII só é vendida no próprio engenho ou na Pousada Sobrado. Fora de Coronel Xavier Chaves é praticamente impossível encontrá-la. Mas ele entrega em várias cidades do Brasil, é só entrar em contato.


Rubens é casado D. Cida Chaves, cozinheira de mão cheia, pesquisadora da comida regional brasileira, principalmente a mineira do século XIX. D. Cida é paulista, mas está em Minas há 50 anos. O visitante pode aproveitar o passeio e se hospedar na Pousada Sobrado, casarão centenário do início do século XX (1902), reformado pelo casal para servir de moradia e hospedagem aos visitantes. São apenas seis quartos finamente decorados, num ambiente que lembra mais um museu do que uma casa. Tudo muito bem cuidado e preservado.


O melhor de tudo, porém, é poder deliciar-se com a comida de D. Cida. Ela não cozinha todos os dias, por isso é bom encomendar com antecedência. Como sugestão, o lombo descansado, acompanhado de farofa de taioba, arroz e feijão. Trata-se de um lombinho de porco assado que, depois de pronto, é conservado na gordura, antes de ir para a mesa. A farofa é feita com farinha do milho da fazenda, moído em moinho de pedra, movido a roda d'água. E o feijão também é da fazenda. Como sobremesa, um simples pudim de leite condensado. Simples? Mais ou menos, pois o detalhe é que o leite é condensado na cozinha da casa, no fogão a lenha, sem açúcar. Vai daí, o sabor é simplesmente dos deuses. Um senhor pudim de leite!.


Endereço e telefone
Cachaça Século XVIII / Pousada Sobrado
Praça Eduardo Chaves 99 - Cel. Xavier Chaves. Tel: (32) 3357-1238

Por Chico Junior
Chico Junior é jornalista e escritor; autor do livro Roteiros do Sabor Brasileiro - que une turismo e a gastronomia regional do Brasil - e Roteiros do Sabor do Estado do Rio de Janeiro. Também publica o blog: http://www.bloglog.com.br/chicojunior

sexta-feira, 1 de maio de 2009

VIAGENS DE FÉ PELO BRASIL


Em todo o mundo, as cidades religiosas atraem visitantes em busca de experiências que despertem seus sentimentos de fé e esperança. No Brasil não poderia ser diferente, além de sermos o maior país católico do planeta, temos inúmeras manifestações da religião que, misturadas à nossa cultura se transformam em verdadeiros espetáculos de devoção, conseguindo mobilizar milhares de peregrinos.
Segundo a Empresa Brasileira de Turismo – Embratur, um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisas da Universidade de São Paulo mostra que existem cerca de 15 milhões de brasileiros viajando anualmente em busca de lugares e templos religiosos. No Brasil, as cidades de maior destaque são Juazeiro do Norte, no Ceará, terra do Padre Cícero; Nova Trento em Santa Catarina, onde se encontra o Santuário de Madre Paulina; Belém do Pará, na festa do Círio de Nazaré e, a mais conhecida, Aparecida do Norte, no estado de São Paulo, onde está o Santuário da Padroeira Nossa Senhora Aparecida.
Vale lembrar que existem vários tipos diferentes de viagens com intuito religioso. A Romaria, por exemplo, é a atividade turística feita por livre disposição do viajante aos destinos sagrados, onde não há nenhum tipo de compromisso a ser cumprido, a não ser conhecer a região. Já a Peregrinação é quando o turista viaja para cumprir promessas ou votos feitos a divindades. Neste caso, datas e prazos devem ser seguidos em função dos votos feitos. Existem também as viagens feitas com intuito de se redimir de alguma culpa ou pecado, de forma espontânea ou aconselhada por algum líder religioso. Estas são chamadas de viagens de Penitência ou de Reparação.
Na maioria dos casos, o que levam estes turistas a praticarem os diferenciados tipos de viagens religiosas é a necessidade de estar em destinos onde a fé se apresenta em maior intensidade. O que transforma uma cidade comum em um destino religioso são fenômenos sem nenhuma explicação científica como aparições de imagens celestiais refletidas em algum objeto, ou um religioso local que passa a realizar milagres ou curas. O fato extraordinário se espalha, e muitas vezes, toma âmbito nacional, fazendo com que a região passe a ser visitada por turistas nacionais e internacionais.
Mas as viagens não se limitam aos destinos ditos religiosos. Muitos turistas fazem peregrinações em busca do estilo Barroco brasileiro, que como característica principal mistura, de forma natural, a arte e a religião. As opções espalhadas pelo país são diversas, desde cidades barrocas mineiras como Ouro Preto, Congonhas do Campo e Mariana, até a capital baiana Salvador, que guarda tantas outras obras-primas da arquitetura e da fé.


Fonte: brasilviagem.com

quinta-feira, 30 de abril de 2009

França

O destino mais popular do mundo dita a moda e esbanja tradições
A França é a terra das florestas coloridas de marrom, das catedrais góticas, dos castelos imponentes, dos artistas eternizados, das revoluções inesquecíveis... Déjà vu? Até quem nunca esteve lá tem essa sensação. Há França por todos os lados! No perfume, na etiqueta, na moda, no Iluminismo, no existencialismo, no crepe, no brie... E é tudo tão bom que cerca de 78 milhões de pessoas foram para lá em 2006, segundo o Ministério do Turismo do país. Menor que a Bahia, a França atrai mais gente que qualquer outro lugar no mundo, já foi homenageada com centenas de livros e guias em diversas línguas, teve todas as suas atrações mapeadas, seus endereços publicados e suas novidades divulgadas. Então não há nada novo? Pelo contrário: famosa por manter como poucos sua identidade de tradição e rebeldia , essa nação adora reinventar o lazer, a comida, o consumo, o esporte, a balada, a arte, a vida. Mesmo os pontos turísticos mais antigos lançam novos serviços e, como os franceses são eternos bon-vivants, muitos viram festa: de comemorações gigantes na Torre Eiffel às celebrações badaladas em coberturas no dia de fogos de artifício, na Bastilha. A novidade está na boca do povo, nos cafés, nas ruas, nas mesas dos bares. Os diferentes sotaques, sobre o que tanto falam, de que riem, a que assistem na TV5 (têve sânque) e com o que sonham os franceses revelam o que há de novo no país. Para descobrir, viva como eles. Fique numa casa típica da Provence, beba o vinho onde as uvas são colhidas, mergulhe no azul mediterrâneo e pedale pelo interior. Esqueça que é turista!

Publicado em 04/2007 - Revista viagem e turismo

terça-feira, 7 de abril de 2009

Orlando: sinônimo de Turismo Recreativo e de Entretenimento

O que é que Orlando tem?


Carolina Chagas


Pelo menos um terço dos mais de 43 milhões de turistas que visitam Orlando, nos EUA, por ano está voltando pela segunda ou terceira vez ao antido pântano sem atrativos situado no centro da Flórida que foi eleito por Walt Disney para abrigar seu segundo parque temático em algum momento da década de 60. Os dados são da bem organizada prefeitura local que, graças a incentivos fiscais, conseguiu atrair para a região uma dezena de parques dos mais variados temas, que injetam todo ano US$ 20 bilhões na economia deste Estado e mantêm em níveis bastante razoáveis a ocupação dos mais de 100 mil leitos oferecidos pelos hotéis locais.
Montanhas-russas velozes, uma réplica impecável do castelo dos sonhos da Cinderela, um conglomerado com os mais variados tipos animais, um santuário artificial onde se pode nadar com golfinhos, passeios pelos bastidores dos estúdios de cinema MGM e Universal - com direito a algumas brincadeiras radicais - e bom tempo quase o ano todo são alguns motivos que fazem o turista vir a Orlando e voltar.
Segundo o bureau de turismo da cidade 40 dias seriam necessários a um visitante para conhecer todas as atrações do local - eles estimam que o turista passe cerca de 20 minutos nas filas dos brinquedos, mas esse tempo é superior a uma hora em algumas atrações. Como são raros os donos de férias tão longas, a vontade de ticar todos os pontos talvez possa justificar tantas vindas.

Os quatro megaparques da Disney (Magic Kingdom, Animal Kingdom, MGM Studios e Epcot Center) ganharam no final da década de 90 dois concorrentes de peso: os estúdios da Universal e a cervejaria Anheuser-Busch, que controla os parques do SeaWorld, Busch Gardens e o récem inaugurado Discovery Cove, aberto há menos de três anos. Dezenas de outlets e malls, uma agitada vida noturna - que inclui uma apresentação permanente da trupe circense canadense Cirque du Soleil - e uma boa variedade de restaurantes completam as diversões de Orlando.

A cidade de Orlando é dividida em três principais áreas: os parques da Disney, que ocupam a maior parte; a International Drive, onde estão os parques da Universal e outros menores, e a cidade propriamente dita, com bancos, prédios e escritórios de negócios. Dificilmente um turista chega à terceira parte - a não ser que tenha algum problema com documentação, assaltos ou outros inconvenientes deste tipo.

Com mais de 30 anos de tradição, o império Disney tem de ser respeitado - e visitado. Apesar de não ter nenhuma atração dele mesmo, é aqui, mais especificamente no Magic Kingdom, que está o castelo da Cinderela, a casinha do faz-deconta de Mickey e Minnie, os passeios que recontam as histórias de Branca de Neve, Peter Pan, Buzzy Lightyear e do ursinho Puff. Não tem criança menor de 10 anos que não se encante com o local, que tem mais de 40 atrações divididas em sete áreas, chamadas de lands (terras). No Epcot Center, os países e suas mais diversas tradições são a grande atração.

Os animais de verdade brilham no Animal Kingdom. Tente chegar bem cedinho ao Kilimanjaro Safári, uma das atrações do imenso parque, para ter a sorte de ver elefantes, leões, rinocerontes e outors animais despertos - quando o sol fica mais forte eles adormecem embaixo das sombras e o passeio perde parte do encanto.

Lançado no final da década de 80, o Disney-MGM Studios dobrou de tamanho nos últimos anos. Ao lado dos bastidores de cinema, seriados de TV e espetáculos da Broadway, o parque tem agora atrações de tirar o fôlego, como a montanha russa da banda Aerosmith. Um dos charmes do local são as lanchonetes temáticas, que repetem os cenários imortalizados pelos filmes e seriados do estúdio. Não deixe de pedir um milk-shake no Primetime Café do parque. A bebida é especialmente preparada e o cenário o levará de volta aos anos 50.

É nos limites do resort da Disney que acontece nas noites de terça a sábado - em dois horários - o espetáculo La Nouba do Cirque du Soleil. O local dos shows foi especialmente projetado para a empresa canadense de malabaristas e todos os assentos oferecem boa visão do espetáculo. As cadeiras no centro da arquibancada são as melhores, já que grande parte das estripulias é feita alguns metros acima do palco. O espetáculo dura 100 minutos e é inesquecível.

Construído com a ajuda profissional de Steven Spielberg, o estúdio da Universal coloca seu visitante dentro dos filmes por ele produzidos. Atmosferas de "De volta para o Futuro", "Homens de Preto" e "Tubarão" são replicadas no local que tem ainda uma grande variedade de brinquedos com água, show de dublês e lanchonetes temáticas. Uma dica: se você não quiser sair totalmente molhado e ver uma platéia rindo de sua cara, não se aventure a integrar as brincadeiras armadas nos palcos improvisados pelos dublês.

O mais novo parque do complexo Universal é a mais concorrida atração da cidade. Na Universal Islands of Adventure, o trem-fantasma/ montanha-russa do Homem-Aranha ainda é a grande diversão. Criada com a consultoria cuidadosa de Spielberg, a atração combina movimentos bruscos e subidas e descidas com simulações de cinema 3-D. O Incrível Hulk, Betty Boop, Recruta Zero, Jurassic Park são temas de outras atrações do parque.

Animais vivos são o grande atrativo dos três parques administrados pela cervejaria Anheuser-Busch. Muito bem arborizado, o Busch Gardens nasceu de um projeto paisagístico dos donos da marca. Situado na cidade de Tampa, a uma hora e meia de Orlando, o parque combina montanha-russa e outros brinquedos radicais com 320 espécies de animais - incluindo 24 espécies ameaçadas de extinção.

Comprado pela marca de cervejas no final do anos 80, o SeaWorld é um dosm ais antigos parques de Orlando. Alimentar e tocar animais marinhos continua sendo o principal diferencial do local que também tem montanha-russa, tobogãs e outros brinquedos para os que gostam de ficar de cabeça para baixo. O parque conta ainda com o melhor e mais bonito restaurante do centro da região, o Sharks Underwater Grill, um restaurante aquário que serve uma bela posta de salmão a um preço bem razoável.

Numa área vizinha ao SeaWorld, o terceiro parque da cervejaria, o Discovery Cover, é um recanto de paz na movimentada Orlando. Apenas mil pessoas são admitidas aqui por dia. Por trinta minutos, acompanhado de um instrutor, um grupo de sete pessoas - nenhuma a mais! - pode nadar com golfinhos. Mias de 200 passáros aqui criados passeiam entre os turistas que ainda podem nadar em uma lagoa com raias de ferrão lixado ou nas praias artificiais de areia branquissíma, que reproduzem os cenários do Caribe. O passeio é o mais caro da cidade e exige reserva antecipada - que deve ser feita na mesma hora da compra da passagem ainda no Brasil. Nadar com golfinhos ao alcance das mãos, no entanto, é uma aventura que vale todo o esforço e investimento.


Veja algumas imagens abaixo das atrações dos parques:











Fonte: Revista Tam Viagens. O que é que Orlando tem?, Carolina Chagas. Junho de 2003, número 10

Paraty: turismo cultural, gastronômico e ecoturismo

Serra de Paraty (RJ) guarda cachoeiras, alambiques e boa comida
MARY PERSIA: Editora de Turismo da Folha Online
O passado diz muito sobre Paraty, mas não diz tudo. A cidade do litoral sul fluminense que vive de história e cultura para alimentar o turismo tem mais a mostrar. Basta subir a serra.
Tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e candidata a patrimônio da humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), Paraty não se limita ao seu belo e preservado centro histórico. Seguindo a antiga trilha que levava às Minas Gerais, descobrem-se cachoeiras, alambiques e restaurantes.
Mary Persia/Folha Imagem
Cachoeira da Pedra Branca, na serra de Paraty, tem três níveis que formam piscinas naturais

A 9 km do centro de Paraty e a 44 km de Cunha (SP) fica o marco do chamado Caminho do Ouro. Em meio à dificuldade de se restabelecer a trilha usada por índios, escravos e portugueses, o projeto busca valorizar a área como um todo, destacando as atividades comerciais (comes e bebes) e os atrativos naturais.

Os passeios são feitos com jipes e acompanhados por guias, que podem ser contratados no centro de Paraty. Devido à destruição, no último verão, da estrada que liga Paraty a Cunha --que já era quase intransitável para veículos comuns--, só é possível chegar ao núcleo a partir da cidade litorânea.

Atrás do centro de informações turísticas do Caminho do Ouro sai uma curta trilha para o poço do Tarzã e para o Tobogã. Mas um dos mais belos cenários da serra fica a alguns quilômetros dali. A cachoeira da Pedra Branca tem três estágios que formam piscinas naturais. Fica numa antiga propriedade de D. João de Orleans e Bragança, que tentou fazer funcionar uma usina onde hoje há um restaurante.

Cachaça

Contam os mais antigos que a serra de Paraty já teve cerca de 150 alambiques. Hoje as propriedades são bastante reduzidas, divididas entre as que reabriram a partir da década de 50 --como Coqueiro, Corisco e Paratiana-- e as mais recentes, como Maria Izabel (de família tradicional da região) e Engenho D'Ouro.


Mary Persia/Folha Imagem

Barris guardam a cachaça fabricada no alambique Engenho D'Ouro, que planta toda a cana que utiliza

Nesta última, utiliza-se apenas cana plantada dentro da propriedade, orgânica e utilizada logo após o corte, diz Norival Silva Carneiro, dono do alambique. É uma forma de evitar a proliferação de fungos e garantir uma cachaça de boa qualidade.

Como é tradicional, pelas propriedades encontram-se também muitos doces, especialmente o de banana, cujo plantio tem sua marca na história da região.


Antes de degustar os quitutes, porém, vale almoçar em algum dos restaurantes da área, como o Villa Verde, com massas artesanais bastante leves e saborosas para degustação em meio a uma bela paisagem --com direito a cachoeira--, e o bistrô Alquimia dos Sabores, experimental, para paladares mais adocicados. Eles integram o festival Delícias do Mar, no qual 14 restaurantes oferecem cardápio especial aos finais de semana e feriados de 10 de abril a 3 de maio.

Fonte: Folha Online (http://www.folha.com.br/). Serra de Paraty (RJ) guarda cachoeiras, alambiques e boa comida, Mary Persia - 06/04/2009.