sábado, 30 de maio de 2009

Turismo Religioso em Paraty

Paraty une tradição e agito na festa do Divino



A festa do Divino Espírito Santo remonta à rainha de Portugal, d. Isabel (1271-1336), casada como rei d. Diniz. Ela decidiu celebrar o Espírito Santo com a coroação simbólica de um imperador e dois reis.

No Brasil, o primeiro registro de festas do Divino remetem ao século 18. Atualmente mais restrita a centros rurais as celebrações em torno do Divino já foram populares em grandes centros urbanos.

Hoje, as festas mesclam aspectos tradicionais - a procissão com as bandeiras, a presença símbolo do Espírito Santo (o pombo), e a distribuição de alimentos - com atrações modernas, como shows musicais e de Djs e programações esportivas e de lazer.



Emílio Damiani



Marcelo Sayao-6.abr.2009/EFe
O centro histórico da cidade, onde carros não podem circular, exibe arquitetura colonial

Rieger Bertrand-29.out/ France Presse

Vista de embarcações no porto de Praty, com a igreja de Santa Rita aparecendo ao fundo

Fonte: Jornal FOLHA DE SÃO PAULO, caderno de TURISMO de quinta-feira 21/05/2009

Mercado Central de Belo Horizonte: As cores do Turismo

Cartela de TONS!!!


Alfredo Durães



A história desse oitentão remonta ao dia 7 de setembro de 1929, quando a antiga Feira de Amostras (que funcionava onde é atualmente a rodoviária) foi tranferida para o lugar que está hoje o mercado. O Central era gerido pela prefeitura de Belo Horizonte, condição que perdurou até 1964, como conta o Luíz Carlos Braga, atual superintendente. "Neste ano, foi feito um processo de privatização, que na época se chamava hasta pública, para passar o espaço para a iniciativa privada. Os comerciantes se uniram e compraram o mercado. Em 1971 ele ganhou telhado e os muros" explica o superintendente. Hoje o mercado, com 400 lojas, recebe uma média de 30 mil visitantes em dias de semana, 56 mil aos sábados e 18 mil aos domingos. Pessoas de todas as classes socias, que vão em busca de mercadorias, lazer ou simplesmente aquele ócio gostoso que uma generosa porção de fígado com jiló proporciona.

Autoria das Fotos: Beto Novaes/ EM/ D.A.Press


Boneca de Palha: artesanato sortido a preços bons - alegria de turistas


Pau em Feixe: canela á granel perfuma o ar com cheiro típico


Tempero da Vida: Empório de especiarias e produtos naturias



Olhares Atentos: Agopornis africanos são vendidos a R$100, o casal


Flor da Idade: Lana Lays Desmots e a irmã Laira sentem o aroma

Pecado da Fruta: Tem pitaia e mangostim na banca do Patureba

Tropeiro à vista: Marmitex a R$4,50 e uma gelada no Bar do Zé Maria

Fonte: Jornal ESTADO DE MINAS, caderno de TURISMO de terça - feira 19/05/2009

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Índia

Viajar para a Índia é um marco na vida da gente, assim começa toda história de quem visitou a Índia.É um lugar com grandes contrastes, onde beleza e pobreza convivem numa sociedade tão peculiar que é impossível a comparação com o mundo ocidental. Por isso a Índia é tão mágica e desperta tantos encantos e fascinação aos que escolhem este país como destino.Para compreender melhor todo o contexto da vida dos indianos é necessário conhecer sua história, sua geografia, arte e como a religião e a política tem atingido fortemente a vida de seus habitantes.

Com uma população absoluta superior a 1 bilhão de habitantes, a Índia é o segundo país mais populoso do mundo. É também bem povoado, pois apresenta uma população relativa de 250 hab/km2. Sua distribuição demográfica, no entanto, é irregular e seu rápido crescimento demográfico tem acentuado essa irregularidade.Em função do tipo de agricultura milenarmente praticado (hoje, quase 70% da população ativa está no campo), as maiores concentrações estão nas regiões de maior pluviosidade. As áreas mais vazias estão ao norte, devido as grandes altitudes, e a oeste, devido ao clima árido.
Embora as taxas de natalidade da população indiana venham caindo - graças às intensas campanhas de controle de natalidade - o crescimento vegetativo é positivo, situando-se em torno de 2% , pois as taxas de mortalidade têm se reduzido com maior regularidade. Assim, embora a população urbana seja pequena (menos de 30% do total), concentra-se fortemente, formando diversas cidades com mais de 1 milhão de habitantes. O PNB per capita da população indiana é de apenas 300 dólares, situação agravada pela sua má distribuição. Como reflexo disso, o analfabetismo atinge 64% da população e a expectativa de vida situa-se em apenas 55 anos.Outra característica da Índia é seu problema linguístico. A língua mais falada é o hindu, usada por 37% da população, mas há ainda 16 outras línguas oficiais, além de cerca de 1.630 dialetos em uso.

As Castas As primeiras referências históricas sobre a existência de castas se encontram em um livro sagrado hindu, chamado Manu, possivelmente escrito entre 600 e 250 a.C. Define-se casta como um grupo social hereditário, no qual a condição do indivíduo passa de pai para filho, endógamo, pois ele só pode casar-se com pessoas de seu próprio grupo. Estão predeterminados também sua profissão, hábitos alimentares, vestuário, etc., levando à formação de uma sociedade estática.

Originalmente, as castas eram apenas quatro: os brâmanes (religiosos e nobres), os xatrias (guerreiros), os vaixias (camponeses e comerciantes) e os sudras (escravos). À margem dessa estrutura social havia os párias, sem casta ou intocáveis, hoje chamados de haridchans ou haryans. Com o passar do tempo, tem havido centenas de subdivisões, que não param de se multiplicar.

Desde sempre, os párias são condenados aos trabalhos mais degradantes e mal pagos, apesar da luta de Gandhi, após a independência, e de inúmeras leis criadas na tentativa de eliminar ou amenizar os problemas que o sistema de castas acarreta. Todavia, essas leis revelam-se impotentes diante da tradição, e o sistema subsiste. O sistema de castas é a base do hinduísmo. A religião se torna, então, um poderoso elemento social disciplinador e apaziguador: virtude e resignação são as palavras-chave na postura moral do indivíduo. O hinduísmo é considerado a religião mais antiga do mundo. Não tem uma organização estrutural (igreja, padres, etc.) nem um livro sagrado, como a Bíblia do cristianismo ou o Corão do islamismo, sendo praticado de formas diferentes em regiões distintas. Caracteriza-se pelo politeísmo - são adorados mais de 240.000 deuses - mas as principais divindades são Brama (espírito da criação, ser inalcançável), Siva e Vishnu, formando uma trindade em torno da qual se agrupam os outros deuses.Os seguidores do hinduísmo crêem na imortalidade da alma, no ciclo reencarnatório, que visa a libertação dela, e na fusão final com Deus, através da purificação, do culto e da prática religiosa. Segundo o Karma de cada indivíduo (o caminho rumo à perfeição), o homem tem muitas vidas, e seus sofrimentos correspondem aos obstáculos desse caminho.

Ascetismo e disciplina e a prática da ioga são meios de purificar o corpo, na busca da pureza da alma. Devem ser seguidas também normas ligadas à alimentação, celebrações, peregrinações,etc.

A Região apresenta um relevo muito simples, composto por três divisões fundamentais. Ao norte encontra-se a Cordilheira do Himalaia ("país das neves", em sânscrito), que reúne cerca de 40 montanhas com mais de 7.500 m de altitude; por isso, é conhecida como o "teto do mundo".Entre essas montanhas, destaca-se o Everest, situado entre o Nepal e a China, ponto culminante do globo, com 8.882 m.Aos pés do Himalaia estende-se a planície Indo-gangética, de formação sedimentar aluvional recente, com solos férteis. Mais ao sul, ocupando metade da Índia, localiza-se o planalto do Decã, de formação antiga e cristalina, responsável por fartos recursos minerais, como ferro e manganês. Na parte ocidental, esse planalto tem escarpas mais elevadas, chamadas de Gates, onde nascem vários rios que correm para o Oriente (Godavari e Krishna, por exemplo).
Mesmo para quem já foi quatro vezes. Quando começo a mostrar as fotos e falar dos lugares sempre sinto uma pequena frustração pois não consigo transmitir o que é essencial nessa viagem. O que conta não é a mala cheia de presentes, roupas e artigos que custam tão barato lá, nem os dez rolos de filmes que usamos para registrar os lugares onde passamos. O que conta de verdade são as coisas que vivenciamos nesse país, são os limites interiores com os quais somos obrigados a nos confrontar e a invariável comparação que fazemos entre o modo de vida deles e o nosso.
Sempre digo às pessoas que viajam comigo para tentarem olhar a cultura indiana com olhos isentos dos conceitos da nossa própria cultura. Essa é a forma ideal de se abordar e compreender outros povos. Claro que não é fácil, mas a gente tenta. Todos reconhecem que o padrão de vida na Índia e Nepal está muito aquém do nosso. Quase ninguém tem geladeira, video-cassete ou chuveiro elétrico em casa e poucos deles almejam esses itens essenciais para nós. Aliás, eles não desejam muito além da comida de todo dia e um espaço qualquer onde se possa dormir. É aí que começo a questionar a nossa vida estressada e cheia de ansiedade onde queremos ter carro do ano, uma casa maior, apartamento na praia, casa no campo, TV a cabo, computador, Internet, etc. Acho justo ter tudo isso, mas será que vale a pena gastar todo nosso tempo e nossa vida lutando para conseguir essas coisa e, depois, para mantê-las?
O trânsito é uma loucura. Andar pela Paulista as seis da tarde é uma maravilha comparado com a quantidade de veículos e o movimento caótico dos mesmos pelas ruas das grandes cidades indianas. Mas raramente se vê um motorista reclamando, brigando ou xingando. Eles continuam dirigindo calmamente em meio àquela balburdia.

Nas lojas, todo mundo quer vender e temos que barganhar muito para comprar por um preço justo. Sempre achei que os vendedores indianos são os mais ávidos do mundo. Esse ano passei por uma experiência que me fez repensar esse conceito. Estava barganhando com um jovem vendedor até que ele chegou num preço de apenas vinte rúpias (o dinheiro indiano) a mais do que eu queria pagar. Aceitei, contei as notas que tinha no bolso e dei a ele. Meio de brincadeira, mostrei as duas notas amassadas que haviam sobrado e disse-lhe que elas não eram o suficiente para pagar o jantar. O rosto dele ficou pálido e imediatamente ele me devolveu as vinte rúpias. Eu fiquei sem-graça e disse que era brincadeira mas ele insistiu para que eu ficasse com o dinheiro. Só depois de garantir à ele que eu tinha mais dinheiro no hotel e que não ficaria sem jantar é que ele aceitou de volta as vinte rúpias. Dinheiro é só dinheiro, mesmo para um vendedor. O meu jantar era mais importante para ele do que o seu próprio lucro.
Mesmo caminhar pelas ruas pode ser uma experiência única. Ao olhar pessoas tão diferentes de mim, fico imaginando como elas vivem, o que pensam, como são na intimidade de suas casas e chego à conclusão de que, apesar das diferenças da superfície, no fundo somos todos muito semelhantes e estamos sempre aprendendo uns com os outros. Essa percepção me curou do complexo de inferioridade que, como bom brasileiro, sempre senti diante dos europeus ou americanos. Gente é sempre gente, não importa a roupa que vestem ou a língua que falem.
Como explicar o que se sente ao meditar silenciosamente às margens do sagrado rio Ganges? Ou descansar debaixo de uma árvore no parque onde Buddha fez seu primeiro sermão? Voar de balão rodeado pelos picos nevados dos Himalaias é uma sensação indescritível. A gente se sente dono do mundo, com total liberdade para ir onde quiser e ser apenas aquilo que somos. É como se todas as mesquinharias da nossa vida cotidiana se dissolvessem diante da grandiosidade daquelas montanhas. Nada mais resta além do silêncio e da certeza de ser uma pessoa abençoada pelos deuses e privilegiada por poder experimentar isso tudo. E, quietinho dentro do balão, enquanto uma lágrima rola disfarçadamente pelo rosto, a gente agradece ao Grande Mistério por tanta beleza e por essa maravilhosa dádiva que é a vida.
Fonte: Revista Turismo - dicas de viagem
Reportagem: Yoko Nakamura