
Com uma população absoluta superior a 1 bilhão de habitantes, a Índia é o segundo país mais populoso do mundo. É também bem povoado, pois apresenta uma população relativa de 250 hab/km2. Sua distribuição demográfica, no entanto, é irregular e seu rápido crescimento demográfico tem acentuado essa irregularidade.Em função do tipo de agricultura milenarmente praticado (hoje, quase 70% da população ativa está no campo), as maiores concentrações estão nas regiões de maior pluviosidade. As áreas mais vazias estão ao norte, devido as grandes altitudes, e a oeste, devido ao clima árido.

As Castas As primeiras referências históricas sobre a existência de castas se encontram em um livro sagrado hindu, chamado Manu, possivelmente escrito entre 600 e 250 a.C. Define-se casta como um grupo social hereditário, no qual a condição do indivíduo passa de pai para filho, endógamo, pois ele só pode casar-se com pessoas de seu próprio grupo. Estão predeterminados também sua profissão, hábitos alimentares, vestuário, etc., levando à formação de uma sociedade estática.
Originalmente, as castas eram apenas quatro: os brâmanes (religiosos e nobres), os xatrias (guerreiros), os vaixias (camponeses e comerciantes) e os sudras (escravos). À margem dessa estrutura social havia os párias, sem casta ou intocáveis, hoje chamados de haridchans ou haryans. Com o passar do tempo, tem havido centenas de subdivisões, que não param de se multiplicar.


A Região apresenta um relevo muito simples, composto por três divisões fundamentais. Ao norte encontra-se a Cordilheira do Himalaia ("país das neves", em sânscrito), que reúne cerca de 40 montanhas com mais de 7.500 m de altitude; por isso, é conhecida como o "teto do mundo".Entre essas montanhas, destaca-se o Everest, situado entre o Nepal e a China, ponto culminante do globo, com 8.882 m.Aos pés do Himalaia estende-se a planície Indo-gangética, de formação sedimentar aluvional recente, com solos férteis. Mais ao sul, ocupando metade da Índia, localiza-se o planalto do Decã, de formação antiga e cristalina, responsável por fartos recursos minerais, como ferro e manganês. Na parte ocidental, esse planalto tem escarpas mais elevadas, chamadas de Gates, onde nascem vários rios que correm para o Oriente (Godavari e Krishna, por exemplo).
Mesmo para quem já foi quatro vezes. Quando começo a mostrar as fotos e falar dos lugares sempre sinto uma pequena frustração pois não consigo transmitir o que é essencial nessa viagem. O que conta não é a mala cheia de presentes, roupas e artigos que custam tão barato lá, nem os dez rolos de filmes que usamos para registrar os lugares onde passamos. O que conta de verdade são as coisas que vivenciamos nesse país, são os limites interiores com os quais somos obrigados a nos confrontar e a invariável comparação que fazemos entre o modo de vida deles e o nosso.
Sempre digo às pessoas que viajam comigo para tentarem olhar a cultura indiana com olhos isentos dos conceitos da nossa própria cultura. Essa é a forma ideal de se abordar e compreender outros povos. Claro que não é fácil, mas a gente tenta. Todos reconhecem que o padrão de vida na Índia e Nepal está muito aquém do nosso. Quase ninguém tem geladeira, video-cassete ou chuveiro elétrico em casa e poucos deles almejam esses itens essenciais para nós. Aliás, eles não desejam muito além da comida de todo dia e um espaço qualquer onde se possa dormir. É aí que começo a questionar a nossa vida estressada e cheia de ansiedade onde queremos ter carro do ano, uma casa maior, apartamento na praia, casa no campo, TV a cabo, computador, Internet, etc. Acho justo ter tudo isso, mas será que vale a pena gastar todo nosso tempo e nossa vida lutando para conseguir essas coisa e, depois, para mantê-las?
O trânsito é uma loucura. Andar pela Paulista as seis da tarde é uma maravilha comparado com a quantidade de veículos e o movimento caótico dos mesmos pelas ruas das grandes cidades indianas. Mas raramente se vê um motorista reclamando, brigando ou xingando. Eles continuam dirigindo calmamente em meio àquela balburdia.

Mesmo caminhar pelas ruas pode ser uma experiência única. Ao olhar pessoas tão diferentes de mim, fico imaginando como elas vivem, o que pensam, como são na intimidade de suas casas e chego à conclusão de que, apesar das diferenças da superfície, no fundo somos todos muito semelhantes e estamos sempre aprendendo uns com os outros. Essa percepção me curou do complexo de inferioridade que, como bom brasileiro, sempre senti diante dos europeus ou americanos. Gente é sempre gente, não importa a roupa que vestem ou a língua que falem.
Como explicar o que se sente ao meditar silenciosamente às margens do sagrado rio Ganges? Ou
descansar debaixo de uma árvore no parque onde Buddha fez seu primeiro sermão? Voar de balão rodeado pelos picos nevados dos Himalaias é uma sensação indescritível. A gente se sente dono do mundo, com total liberdade para ir onde quiser e ser apenas aquilo que somos. É como se todas as mesquinharias da nossa vida cotidiana se dissolvessem diante da grandiosidade daquelas montanhas. Nada mais resta além do silêncio e da certeza de ser uma pessoa abençoada pelos deuses e privilegiada por poder experimentar isso tudo. E, quietinho dentro do balão, enquanto uma lágrima rola disfarçadamente pelo rosto, a gente agradece ao Grande Mistério por tanta beleza e por essa maravilhosa dádiva que é a vida.

Fonte: Revista Turismo - dicas de viagem
Reportagem: Yoko Nakamura
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